29 de mai. de 2012

“Celebrando o aprendizado como momento libertador”.

Foto de Eliza Carneiro *
“Libertador - liberta a dor”.
“Libertação, libertando a ação para a liberdade de ser”.

O aprendizado é um processo que acontece gota-a-gota.
Onde cada gota contém em si, a bagagem necessária para o aprendizado.

Mas, já lhe ocorreu, de numa viagem você carregar bagagem extra e ter que voltar com ‘peso morto’, não utilizado? E pior, não ter tido espaço na mala para o novo?

Na vida, às vezes, carregamos pesos desnecessários na bagagem e precisamos nos libertar dos excessos para dar espaço ao novo, pois a vida é mudança e renovação contínua, ainda que não tenhamos essa clara consciência em cada momento que a transcorre.

E, a vida é tão efêmera...  ‘passa’ cada vez mais, tão acelerada, que mal temos tempo de observar o que trazemos na bagagem... na nossa bagagem emocional, intelectual, intuitiva e espiritual.

E, exatamente diante da ignorância dessa bagagem, da ignorância que trazemos de nós mesmos - tanto dos nossos aspectos dolorosos, quanto dos gloriosos – é que, em algum momento do caminho, despertamos para o exercício do autoconhecimento, na busca da compreensão de nossos limites e de nossas potencialidades; de nossa dor e, também de todo amor que habita em nós.

Inicialmente, como sugere a foto, como gotas contidas em si mesmas, contemos as lágrimas, vamos protegendo e acumulando nossa bagagem adquirida ao longo dos tempos – crenças, hábitos, saberes – sem noção do que o imenso oceano do qual fazemos parte nos oferece como nova possibilidade de existência.

Pois, enquanto não temos a noção dos aspectos que nos compõe, pensamos ser apenas uma gota no oceano, numa concepção de separatividade, que ainda não alcançou a percepção da plenitude do pertencimento, da integração com a imensidão do oceano.

Quando, porém, passamos a nos perceber, podemos nos transcender!

E, quando o primeiro passo é dado para essa nova possibilidade, já não temos mais medo de nos esvaziarmos, de libertarmos o peso da bagagem, que por vezes torna o caminho doloroso.
Neste movimento, inicia-se um processo libertador - que liberta também, a dor - onde permitimos às lágrimas esvaziarem-se para transcenderem em nova existência.

Assim, também, ficamos mais leves quanto mais nos aprofundamos nesse exercício do autoconhecer-se. Vamos adquirindo a justa compreensão dos nossos limites e de nossas dores como fatores fundamentais da nossa transcendência.

E, o olhar renovador da humildade que provém dessas percepções - tanto das autolimitações impostas, como também das habilidades potenciais adormecidas - nos confere o poder de libertação, que liberta a ação para a liberdade de sermos autênticos e íntegros com as nossas virtudes mais intrínsecas e elevadas.

Então, deixamos de ser a gota, não precisamos mais nos conter em nós mesmos, porque entendemos que também somos o oceano.

* Foto de Eliza Carneiro - Autora e Facilitadora da “Oficina Fotográfica com câmera compacta – Despertando Olhares” e da “Vivência fotográfica – Revelando os encantos da Alma” realizadas no Espaço Matrix.

22 de mai. de 2012

"Uma andorinha só não faz verão..."

Foto: Céu em Porto Belo – SC

Qualquer significado que se abstraia da foto da andorinha voando solitária no céu e da conhecida expressão: “Uma andorinha só não faz primavera” ou “Uma andorinha só não faz verão”, nos remete a reflexões interessantes.

Pois, ainda que a imagem congelada de um momento nos remeta, a determinadas percepções visuais, sabemos que está emoldurada e limitada em relação ao contexto maior que a lente de uma câmera, fisicamente, não comporta.

Assim, também, acontece em alguns momentos da nossa vida, quando perdemos a percepção do contexto maior e, pensamos ser uma andorinha solitária como a da foto: às vezes com a sensação de que podemos fazer tudo sem a ajuda dos outros e, em outras vezes, com o sentimento de que fomos deixados de lado.
Contudo, ambos os casos nos conduzem ao esquecimento da importância da função de um grupo e do poder do afeto que emerge como fruto dessas relações como ingrediente coesivo e transformador - que muito colaboram para um novo estado de vida mais harmonioso, integrado, alegre, belo e próspero.

Então, para realizarmos uma leitura ampliada, nos reportarmos para outros sentidos – que a nossa visão interna provê - dando um novo significado que renova compreensões. Então, vamos além da imagem de uma foto, além das palavras de um texto, para um Universo sem fronteiras, sem limites, amplo!!

É a expansão de Ser que expande entendimentos! Integra! Unifica!

Onde a solidão da andorinha dá espaço e liberdade para a manifestação da vastidão que compõe a Unidade.
Onde, um indivíduo não é mais julgado por um ato isolado.
Onde, compreende-se que uma única pessoa não pode mudar o mundo.

Onde, “toda união entre as criaturas é essencialmente um reencontro consigo mesmo, uma fusão com aquele do qual nos separamos. Uma descoberta de si mesmo nos outros” (Sri Aurobindo).
Gratidão a todos os amigos de alma, parceiros da vida e do Espaço Matrix, que nesses encontros mágicos, promovem o re-encontro de cada pedacinho meu em cada um de vocês. 
Namastê. 

15 de mai. de 2012

“Na delicadeza das asas, a força para voar”

A foto que ilustra esse post foi um presente recebido da querida Eliza Carneiro, facilitadora da Oficina Fotográfica “Despertando Olhares”, a quem ofereço minha Gratidão pela delicadeza e sensibilidade que emanam de seu coração e que despertam em mim os mais puros sentimentos.


A aventura de voar acontece quando conciliamos “a coragem que tem a força dos sonhos com a delicadeza do coração” (Elice Carneiro).

 Assim como de suas delicadas asas, a borboleta extrai a força para o desvendar de novos horizontes, novos horizontes também se descortinam para nós, seres humanos quando, ao mantermos acesa a chama da delicadeza do nosso coração, despertamos a coragem que provém da vontade para realizar nossos sonhos mais puros.

Nessa doce aventura, que só a leveza do coração é capaz de promover, transcendemos nossos limites, “nos tornamos tão permeáveis quanto o espaço”, pois nosso espaço interno agora é “espaçoso e invisível, ao transformarmos a contração e a limitação em expansão”.

E, no movimento de expansão “sentimos o espaço ampliar dentro de nós na forma de grandes possibilidades” ao dissiparmos toda idéia rígida sobre quem éramos para, então, permitirmos o fluir do nosso propósito em todos os níveis do nosso ser.

Porém, nesse movimento de transformação, na transição de estados de ser, “lembranças antigas de sofrimento podem vir à tona, quando o apego a qualquer coisa fixa” – conceitos, conhecimentos, hábitos e padrões (que muito contribuíram para chegarmos até esse ponto de evolução, mas que precisam ser transcendidos para avançarmos o próximo degrau) – se manifesta no modo como escolhemos viver as situações do momento-a-momento que compõe a vida, podendo nos causar dor.

Dor, que só a Luz-Amor tem o poder curar, em qualquer nível do nosso ser, atravessando gerações, quando escolhemos o momento presente como caminho de cura. Pois, “temos em nosso espírito, possibilidades acima do tempo e das limitações físicas e há muitas formas de entrarmos em contato com o Eu Superior que abrigamos”.

E, este é o momento oportuno de escolha consciente, onde podemos continuar em espera e preparação eternas dentro de nosso casulo aconchegante, ou podemos renascer para a aventura da eternidade, na expansão de nosso próprio ser em luz e cores!         

“A beleza e a riqueza da vida estão presentes nos olhos de quem vê com o coração da alma e vivencia o AMOR em cada momento do seu dia”


9 de mai. de 2012

“Elevação: ‘elevando a ação’, o Céu se faz na Terra”

Foto de Camila Lee

 

Clamamos por um mundo melhor, exigimos mudanças que promovam transformações e permitam novos caminhos.

Mas, paradoxalmente, caminhamos quase sempre por trilhas conhecidas, já descobertas por alguns poucos desbravadores, que encontraram no seu caminho pessoal, a sua verdade - que muito nos inspiram a novas compreensões – porém, só serão validadas, a partir do momento em que conseguirmos transformar os conceitos em aprendizado vivenciado.

E, assim se diferencia um seguidor de um buscador. Onde, “você não precisa ser um seguidor, um imitador. Você precisa ser um indivíduo original”, que manifeste suas virtudes singulares que possam contribuir, verdadeiramente, na reconstrução de um mundo melhor, um mundo de paz.

“Você precisa encontrar por si mesmo o seu âmago mais profundo, sem escrituras que o orientem”. Onde, apesar dos dias parecerem “noites escuras”, com a “chama intensa dessa busca, você está destinado a chegar até o nascer do sol”.
Pois, todos os ‘desbravadores’ “que arderam com uma intensa procura encontraram o nascer do sol. Outros apenas limitaram-se a acreditar”.

Assim, descobrimos que o céu não é o limite e, deste modo podemos seguir “ao infinito e além” - mas com os pés no chão, os pés na Terra – quando elevamos as nossas ações em cada situação oportuna da vida cotidiana, desde os mais singelos gestos aos mais grandiosos, ainda que invisíveis aos olhos humanos.

É preciso trilhar o caminho, fazer nossas próprias descobertas, encontrar a verdade que reside dentro do céu presente em nosso coração. Pois, isso nos confere o resgate do verdadeiro poder para transformar o mundo a partir da mudança que realizamos em nós mesmos.
Essa é a nossa contribuição e é dessa forma que nos elevamos, para fazer da Terra um Céu de Luz e Liberdade.

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”.
Clarice Lispector

* Trechos em aspas, retirado do livro Tarô Zen de Osho - "Intensidade"




2 de mai. de 2012

“PAZ, na SIMPLICIDADE de Ser”


“Purificando a mente, o corpo e o coração, o que há de essencial em nós -“Luz-Amor” - começa a brilhar através de todas as nossas células, e se libera através de nossos poros, quando reconhecemos na Simplicidade de Ser, que a bem-aventurança está bem aqui. Então, aquilo que antes não era visto, passa a ser percebido em cada episódio da nossa vida cotidiana. A Gratidão brota, espontaneamente, a cada evento, a cada passagem consciente.  E, a vida se torna eterna poesia.”
Tudo isso pode parecer utópico, mas experimente. Saia um pouco do programa.
Permita-se. Mesmo que seja por apenas um instante do seu dia.
E quando digo, um instante, é exatamente isso – nesse momento – enquanto lê essas palavras, por exemplo.

“Por um instante, abra mão de todos os objetivos ou resultados e eleve-se no poder ilimitado do seu silêncio”

Onde está a sua respiração nesse momento?
Atente para a sua respiração.
Respire profundamente por alguns poucos segundos, sentindo o ar preencher suavemente o seu corpo, enquanto seus olhos percorrem a tela.

Continue, apenas respirando...
Respirando consciente do que está fazendo...
Simplesmente respirando...

“Cada vez que respirar, inspire Luz-Amor e retenha-a por um instante, à medida que mergulha cada vez mais fundo na paz profunda que provém desse exercício de silêncio”.

“Descubra a eternidade a cada momento. Transforme o impulso e a pressão em pura aceitação da essência do seu ser, dentro de você.”

Quando sentir a sua respiração fluir suavemente, sem bloqueios, sentindo-se pleno do ar que vitaliza, retire os olhos da tela, por uns instantes e, olhe ao seu redor.

Olhe ao seu redor, com mais atenção - isento de julgamentos - apenas observe tudo ao seu redor como um filme, como se você tivesse parado no tempo e o filme continuasse rodando em ‘slow motion’.

O que você vê concretamente?

E, o que você não vê, habitualmente, mas esteve sempre aí, à sua disposição?

Pode ser uma flor que decora a sua mesa, a sua sala, o seu ambiente, trazendo mais cor e alegria ao seu dia.
Pode ser a luz do Sol que entra pela janela ou até mesmo por uma fresta, clareando o seu ambiente, iluminando suas percepções e aquecendo a sua pele.
Pode ser um quadro - uma pintura, uma foto ou um desenho - que irradia de si, a simplicidade da criação revelada através da sensibilidade do artista.
Pode ser o ‘tic-tac’ de um relógio que marca o ritmo e o compasso, lembrando do pulsar da própria vida.

Enfim, com o olhar atento, vamos percebendo muitas coisas que nos passam ‘batidas’ na rotina diária.
E, nesse breve exercício, vamos aprendendo a discernir e eliminar as ilusões... o que é o filme que corre, mesmo sem a nossa participação?  E, ao mesmo tempo, o que rege o nosso personagem que atua no filme quando entramos em ação?

Ao observarmos a nossa própria realidade com olhos renovados, provindos desse pequeno instante de silêncio, entendemos “o surgimento e desaparecimento da grama, da Terra, das luas e das estrelas que se renovam a cada instante num estado puro de existência. Sempre novo e revitalizado, tudo o que é feito, pode, portanto, ser compreendido por meio dessa presença espacial inexaurível” – nesse hiato de silêncio consciente.

Então, percebemos que “não existe separação entre você e o ser a quem serve”, ou seja: o papel do ator é apenas o veículo da expressão do grande roteiro do mestre–diretor e ainda assim, tem importância fundamental.
E nessa percepção, ambos trabalham em integração, como Um só.

Assim, não há mais preferências de atuação e podemos “empreender com equanimidade qualquer ‘papel’, qualquer ação, independentemente de quanto ela possa ser agradável ou exaustiva”, pois, tal como a grama, a Terra, a lua e as estrelas, “morremos para nossos gostos e aversões e renascemos para o significado da vida”.

“Lembranças mortas se tornam poesia quando confiamos nesse estado de ser.
Essa poesia é a expressão plena da nossa auto-aceitação”
.  

Mas, “perceba que essa bem-aventurança requer prática constante com a intenção de libertar-se da ilusão por todos os seres”.
Lá no início do artigo, dizíamos que para percebermos a bem-aventurança, antes purificamos nossa mente, corpo e coração.

E essa é a prática constante da qual podemos nos valer quando:

- “purificamos a nossa alimentação”, ao ingerir alimentos saudáveis, comendo e bebendo pausadamente, sem atropelos, com tranqüilidade, conscientes do ato de alimentar-se”. Pois muitas vezes, mal desfrutamos e agradecemos, conscientemente, essa dádiva concedida que nos provê a energia da vida.
- “purificamos a nossa mente”, alimentando-a com pensamentos mais otimistas e olhar mais amplo - menos exigentes, menos críticos, julgadores e rígidos.
- “purificamos o nosso coração”, nutrindo-o de sentimentos que nos vivificam como a gratidão, o afeto, a compaixão, pois apenas eles são capazes de dissolver toda mágoa e ressentimento que impedem a nossa vitalidade e alegria de viver.

E, dessa purificação, emerge a pureza. Dessa pureza, provém a PAZ.

 “A paz é a calma e o equilíbrio contemplando as harmonias do mundo, enquanto você vive na Luz-Amor não-dual.
Quanto mais aceitar os outros seres sencientes como a si mesmo, mais paz você terá na sua vida.
A paz é um abraço abençoado quando você sente uma compaixão maior por todos os seres.
Sinta a unidade com todas as coisas. Transforme a limitação e a confusão em radiância extasiante.
Sinta a concepção do seu eu divino como resultado dessa purificação.”

Vivenciamos nessa semana, no dia 6 de maio, a Lua Cheia de Wesak, comemorada no Oriente, trazendo à humanidade receptiva, as energias da Iluminação.

Que essas energias favoreçam em cada um de nós, “a concepção do eu divino”, nesse resgate da SIMPLICIDADE de SER.

Namastê.

* Em itálico – Cura Vibracional Prática

*Foto em homenagem aos funcionários do "Refúgio do Estaleiro" que na simplicidade de ser, povoam nossos olhos de beleza no cuidado com a Mãe-Natureza e aquecem nosso coração com gentilezas da alma.